“Gestos de quem cuida”: Ações de solidariedade continuam sendo divulgadas e motivadas
21 de agosto de 202026º Grito dos Excluídos e Excluídas 2020: Diocese promove videoconferência preparatória
24 de agosto de 2020“Viver a Fé” destaca a importância de compreendermos o chamado de Deus para as nossas vocações
No mês dedicado às vocações, o programa Viver a Fé em tempos de distanciamento social entrevistou na live de quarta-feira, dia 19 de agosto, o padre Marlon Malacoski, que é o coordenador regional do Serviço de Animação Vocacional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Entre vários aspectos relacionados à cultura vocacional, padre Marlon abordou o tema: “Animar as vocações em tempos de pandemia”.
Para iniciar, ele fez uma reflexão sobre o significado da palavra vocação. “Compreendemos vocação no sentido mais amplo, como a busca por realizar algo, ou a condição de corresponder a algo através de aptidões e talentos. Quando falamos em vocação no sentido mais religioso, estamos falando do amor gratuito a Deus, do chamado a estabelecer uma amizade conosco, como um movimento de proximidade. Não há uma imposição e sim uma aceitação, por parte de quem deseja esse compromisso”, destacou.
Agosto, o mês vocacional
Padre Marlon explicou qual a importância e o propósito de termos um mês vocacional. “Este ano, temos como tema do mês vocacional “Amados e chamados por Deus” e o lema “És precioso a meus olhos…Eu te amo”. Todo ano celebramos o mês vocacional, em agosto, isso tem uma grande importância para a caminhada da Igreja. É o convite para olharmos mais atentamente toda a caminhada vocacional. É a oportunidade que nós temos para fazermos um reabastecimento de toda a nossa compreensão, do nosso chamado à vida, à santidade e às vocações específicas, tudo isso é combustível para a nossa caminhada de fé”, afirmou.
Segundo ele, foi em 1980 que fixou-se o mês de agosto como o mês vocacional. “Um mês pensado exatamente no período em que a Igreja vive e celebra o Tempo Comum. Houve essa busca em estabelecer um momento em que fosse possível fazer toda essa reflexão vocacional. Depois, foi pensado em contemplar cada semana, a primeira semana dedicada aos ministérios ordenados; a segunda semana dedicada à vocação familiar; a terceira semana dedicada às vocações religiosas, aqueles que fazem os votos de pobreza, obediência e castidade; a quarta semana dedicada à vocação dos leigos e leigas; e quando temos a quinta semana celebramos também o dia do catequista, se não, a data é celebrada junto com o quarto domingo. Assim, fazemos com que todo o mês possa ser alimentado por esta oração, por esse compromisso, por esse fortalecimento da caminhada vocacional. É importante salientar que devemos rezar pelas vocações sempre, independente do período do ano, mas o mês de agosto serve como impulso para que a caminhada vocacional aconteça”, enfatizou.
Trabalhar a cultura vocacional
Para o padre Marlon é preciso entender a cultura vocacional. “Estamos falando de um processo dinâmico, precisamos redimensionar o sentido da nossa vida. E isso exige uma opção e um compromisso, por isso é tão importante falarmos dessa cultura vocacional, porque é uma experiência mediada pela fé. Ela passa pelo encontro com Deus e possui uma missão na realidade histórica. Ela não é desconectada da história da Igreja, da sociedade, da humanidade. Poderíamos dizer que é a Igreja em estado permanente de missão. É exatamente esse o propósito da cultura vocacional, que perpassa todos os ambientes, todos os horizontes da nossa sociedade. Passa pelas escolas, passa pela vida eclesial, mas passa também pelo desejo do jovem, pelos propósitos que assumimos, pelo projeto de vida que nós temos. Tudo isso é falar em cultura vocacional. É projetar aquilo que entendemos e compreendemos como chamado, como convite de Deus atuando e agido no concreto da nossa vida. A cultura vocacional nos ajuda a entender que todos nós somos vocacionados e vocacionadas. Todos temos uma missão e um compromisso”.
Discernimento vocacional e acompanhamento
Conforme o padre, o processo de discernimento vocacional é exigente, passa por questionamentos e dúvidas e também tem como primeira etapa a reflexão sobre o sentido da vida, o que busco para minha vida, qual o ideal, porque aqui estou, qual a minha missão, qual o meu projeto de vida? “O discernimento é um esforço para reconhecermos a nossa própria vocação, precisa de um espaço, muitas vezes de um tempo, de se desligar de algumas ideias e buscar meios, condições e processos dos quais vamos reconhecendo qual é a nossa vocação. Isso é discernimento. Uma decisão pessoal e que ninguém mais pode tomar em nosso lugar. Mas, outra pessoa pode nos acompanhar nessa decisão, aí é que entra o acompanhamento. Como é bom quando temos alguém que nos escuta, que nos acompanha diante de nossas dúvidas e dos nossos desafios, porque assim, temos um suporte, nos encorajando a darmos os passos seguintes. São pessoas que fazem parte da nossa caminhada e que vão nos ajudando, nos clareando sobre esse processo de discernimento”, salientou, enfatizando ainda a importância da família para a escolha e o discernimento vocacional.
Em tempos de pandemia como animar as vocações?
Para o padre Marlon, muitas pessoas acabam desanimando na caminhada. “Dar vitalidade, dar vigor, esse é o objetivo quando se fala em animar as vocações. Ao mesmo tempo, estamos nos deparando com o desânimo, neste tempo de pandemia. Esse processo de animar as vocações poderíamos entender como reanimar as vocações. O que a gente busca é um mundo mais humano, mais fraterno, mais suave e aí nos deparamos com essas situações de mortes, sejam físicas e psicológicas, mortes de pessoas na sua dignidade, a cultura do individualismo, onde não mais nos compadecemos com a dor do outro, a cultura do ódio. Muitas vezes, essa realidade acaba nos desanimando. Para superar tudo isso é necessário haver um movimento contrário, tendo a confiança de buscar vencer o que impede e atrapalha a missão. Para animar as vocações precisamos nos reinventar, nos comprometermos com o outro e conosco mesmos. Esse é o processo de animar as vocações. Animar a nossa própria vocação e ajudar com que as pessoas que estão ao nosso redor também se sintam estimuladas e contagiadas. Precisamos caminhar juntos”.
Propostas e ações da caminhada vocacional em nossa diocese
Padre Marlon comentou ainda sobre algumas ações que estão sendo realizadas e também sobre as propostas para a caminhada vocacional a nível diocesano. “No momento, estamos priorizando encontros online, inclusive tivemos uma experiência muito significativa em junho com uma roda de conversa vocacional, onde contamos com a participação do padre Reinaldo Leitão que falou sobre a importância do dinamismo para levarmos às nossas comunidades. A Ação Evangelizadora iniciada em 2018 “Cada comunidade uma nova vocação”, também é uma proposta que pode ser levada adiante, e ser efetivada. Além disso, continuamos rezando pelas vocações, produzindo vídeos e acompanhando os jovens que se interessam em entrar no Seminário. Importante falar ainda sobre alguns espaços onde já temos formada uma equipe vocacional, como por exemplo, o Serviço de Animação Vocacional (SAV) em Canoinhas, Fraiburgo e Caçador. Essa é a oportunidade também para que as paróquias resgatem ou desenvolvam um projeto de Animação Vocacional”, disse.
O padre acrescentou que todo o trabalho acontece em sintonia com as famílias, em conjunto com a iniciação à vida cristã, com a juventude e com as escolas. “Tudo isso dinamizando, através de gincanas, vídeos, música, poesias, esporte e ações de solidariedade, buscando viver amplamente essa cultura vocacional”.
Confira a entrevista completa:
https://www.facebook.com/diocesedecacador/videos/386933328959020/?v=386933328959020