Pe. Everaldo Antônio da Conceição

Praça do Imigrante

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Breve Histórias

 A devoção a Nossa Senhora dos Campos foi trazida para Arroio Trinta pelos imigrantes italianos que aqui vieram no século passado, em sua maioria nascidos ou descendentes da região de Bérgamo, na Itália, onde se encontra o Santuário de N. Sra. dos Campos. No início da colonização o cultivo da fé era feito nas casas, onde as famílias preparavam um pequeno altar com caixas e reuniam-se para rezar. No ano de 1926 foi construída a primeira igreja, de madeira, dedicada a Nossa Senhora dos Campos, tendo como capelães os senhores: Antonio Nórdio e Pasqual Abatti. Os padres, naquela época, com visitas muito esparsas vinham da localidade de Rio Bonito, atualmente Tangará.

A primeira imagem de N. Sra. dos Campos foi trazida de Urussanga, pelo Sr. José Baldo, era uma pequena imagem totalmente de madeira (cedro) e revestida com uma pequena camada de gesso. Após a construção da igrejinha as famílias decidiram comprar uma imagem de N. Sra. dos Campos maior, e com a ajuda dos padres compraram uma linda imagem, também de madeira e revestida com uma camada de gesso, sendo esta a imagem que se encontra hoje no altar da atual igreja.

Mais tarde, com aumento da pequena população, houve necessidade de se construir outra Igreja, um pouco maior e também de madeira. O povo relata que no dia em que levaram a imagem de N. Sra. dos Campos para a nova igreja começou a chover fortemente, uma chuva de granizo nunca vista até então. Após este dia o povo constatou que N. Sra. dos Campos não queria sair de seu lugar, por isso ela teria provocado a chuvarada. Anos mais tarde, nas épocas de seca, o povo acreditava que levando N. Sra. dos Campos para o lado de fora da igreja traria chuva, e assim eram feitas procissões em pedido de chuvas, e realmente a chuva vinha.

Após a fundação da Paróquia de Iomerê os padres vinham com mais freqüência, pois a Comunidade de Arroio Trinta e as comunidades vizinhas, buscavam e levavam os padres em Iomerê a cavalo uma vez por mês para celebrarem missas. Diante do crescimento na fé, sentiu-se necessidade de intensificar mais as visitas do padre e já em 1945 foi construída uma residência para o vigário que fazia as visitas. Em 1948, na casa do Sr. Antônio Nórdio (vizinho dos fundos), e em presença de Dom Daniel Hostin, do vigário de Iomerê, autoridades e da diretoria da Capela Nossa Senhora dos Campos, foi feito o pedido de Santas Missas mais freqüentes na comunidade e manifesto o profundo desejo de ter aqui um padre residente. Dom Daniel Hostin manifestou profundo desejo de atender o pedido assim que isto fosse possível.

Já em 22 de maio de 1949, tendo como representante do Bispo Dom Daniel Hostin,  o vigário de Iomerê, foi fundada a Paróquia de Nossa Senhora dos Campos e entregue a posse ao Primeiro Pároco: Padre Aloísio Orszulik, que ficou à frente desta comunidade até 1955. Tinha muitos problemas de saúde e também estava marcado pelos efeitos da guerra, mas realizou um bom trabalho pastoral. Pe. Aloísio convenceu a todos de que era preciso construir uma igreja maior e de alvenaria, e logo em 1953 começou a ser construída a terceira igreja, que foi inaugurada 10 anos após o início de sua construção, aos 12 de julho de 1963.

Após a saída do Padre Aloísio, a Paróquia foi atendida pelo Pe. Ludovico Zanol, da Paróquia de Iomerê, durante aproximadamente oito meses. Sobre o Pe. Ludovico, o povo relata que ele sempre usava um chapeuzinho, e nos dias das missas ele ficava na porta da igreja com o chapéu na mão e, para as moças ele dizia: “oh o dinheiro do ovo” e para os homens: “oh o dinheiro da cachaça”, e assim o povo deixava coleta para a Igreja dentro do chapéu.

Pe. Ludovico atendeu a Paróquia até a chegada do segundo Pároco: Padre Agostinho Roque Rombaldi, que permaneceu durante o período de 27 de novembro de 1955 até 08 de janeiro de 1978, quando faleceu.

Pe. Agostinho sabendo que em sua maioria a comunidade era analfabeta, desejava que todos pudessem estudar, por isso lutou muito para conseguir trazer irmãs para a Paróquia, para que trabalhassem no colégio. Sendo assim, em julho de 1958 chegaram na paróquia as Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu: Evangelina, Berenice, Guilhermina e Ilza que trabalharam no colégio Sagrada Família (que em agosto de 1958 passou a ser Grupo Escolar Governador Bornhausen). As irmãs permaneceram no Colégio durante 11 anos e 11 meses, até o ano de 1969 quando foram embora.

Em 1962 o distrito de Macieira que pertencia à Água Doce passou a pertencer a esta paróquia, e a primeira visita do Pároco Pe. Agostinho foi aos 22 de fevereiro de 1962.

No ano de 1964, um ano após a inauguração da Igreja, iniciou-se o projeto de construção de uma nova casa Paroquial, a planta foi projetada por Jaime Martins Alves, em Joaçaba, e começou a ser construída em 1965. Durante a construção da casa paroquial, Pe. Agostinho morou em um puxadinho no pavilhão, passando a residir na nova casa aos 22 de outubro de 1966.

Por volta de 1970, como uma experiência piloto, realizou-se na Paróquia um curso de EFAP (Escola de Formação de Agentes de Pastoral). Segundo informações colhidas foi a primeira EFAP da Diocese. Reuniram-se para o curso líderes das Paróquias de Arroio Trinta, Salto Veloso, Treze Tílias e Iomerê. A formação de lideranças foi um sucesso.

Também em1970, aconvite do Bispo Dom Orlando Dotti, Pe. Agostinho foi a Roma para participar de um curso de atualização sobre o tema: Comunidades de Base. Neste períodoem que Pe. Agostinhoesteve na Itália, a Paróquia teve o seu terceiro Pároco: o padre Tomás Pieters, que permaneceu de 25 de setembro de 1970 até agosto de 1971.

Após seu retorno da Itália, em 1971, Pe. Agostinho convenceu a todos de que era necessária a construção de uma nova igreja, pois temia que a igreja desabasse. E em janeiro de 1975 começaram as obras para a construção da quarta igreja e a demolição da antiga. Pe. Agostinho demoliu a antiga igreja e utilizou as sobras de material para construir o Colégio onde funciona hoje o Colégio Cenecista Pe. Augustinho.

Em 1976 uma pertinaz doença atacou Pe. Agostinho, que foi submetido a uma intervenção cirúrgica. Durante o seu período de doença a Paróquia foi atendida pelo Pe. Biagio Simoneto e Pe. Luiz Pierdoná, padres de Fraiburgo e de Iomerê, respectivamente. Em 08 de janeiro de 1978, Padre Agostinho faleceu.  Os católicos da Paróquia em sinal de gratidão pelo grande trabalho que prestou junto à comunidade e pelo sentimento de religiosidade que transmitia a comunidade, efetuaram o sepultamento de seu corpo dentro da Igreja em lugar especial, obra por ele liderada e ainda em construção na ocasião de sua morte.

Após a morte de Pe. Agostinho a Paróquia passou a ser atendida pelo Pe. Luiz Pierdoná, que atendia Arroio Trinta e Salto Veloso simultaneamente.

Em1981 aParóquia teve como Pároco o Padre Vilmar Moretti. Pe. Vilmar atendia os municípios de Arroio Trinta e Salto Veloso e trabalhava no seminário de Caçador. Como andava bastante esgotado, procurou D. Oneres para que providenciasse uma Congregação de Religiosas para um trabalho pastoral mais eficiente na Paróquia. Dom Oneres entrou em contato com as Irmãs Franciscanas de Ingolstast, que há tempo desejavam fundar uma casaem Santa Catarina, por isso aceitaram o convite. Foram feitas algumas reformas na casa Paroquial para que as irmãs se instalassem no 2º andar e no dia 1º de fevereiro de 1984 foi fundada então a Casa São José, a casa das irmãs. No dia 18.03.84 ocorreu a posse oficial das irmãs na Casa São José com uma missa celebrada por D. Luiz Colussi, Pe. Vilmar e Frei Antoninho Nunes, com a presença das irmãs: Canísia Muller, Inácia Berglaiter, Fernanda Krautler e grande multidão do povo arroiotrintense. As irmãs permaneceram na Paróquia até o ano de 1993, quando transferiram-se para Salto Veloso.

Em 1988, o Pároco passou a ser o Padre Antônio Belluzo, em 1991 Pe. Elcio Alberton, em 1994 Pe. Valmor José de Deus, em 1997 Pe. Rogério Inácio Esmeraldino, em 2002 Pe. Marcos Antonio Zir, e em 2003 o atual Pároco, Pe. Moacir Caetano.

Atualmente Pe. Moacir Caetano está auxiliando no atendimento da Paróquia de Timbó Grande, e na sua ausência é o Pe. Irineu Maia que está atendendo a paróquia.

Neste ano de 2004 tivemos Missões na paróquia com os Freis Capuchinhos, de Vacaria, RS.

A Paróquia iniciou com 8 comunidades: Arroio Trinta, Gramado, São Valentin, Vassourão, Rio Mendes, Paiol da Pedra, Barra do Veloso e Salto Veloso; sendo hoje 16 comunidades: Matriz, N. Sra. Aparecida (Linha Aparecida), N. Sra. Aparecida (Alto Santo Antonio), N. Sra. de Fátima, N. Sra. de Lourdes, Santa Lúcia, São Lourenço, São Domingos, São Valentin, São Paulo, São Roque, São Braz, São Caetano, Santo Antônio (Gramado), Santo Antônio (Macieira) e Sagrada Família.

Filhos desta Terra

Fatos importantes ocorridos em nossa paróquia são as ordenações sacerdotais dos filhos desta terra, primeiramente Pe. Vilmar Serighelliem Arroio Trinta aos 26 de junho de 1982, depois Pe. Roque Favarin em Macieira aos 24 de fevereiro de 1995 e Pe. Dinis Campagninem Arroio Trintaaos 03 de fevereiro de 2001.

Em 26.12.1980, rezou sua 1ª missa o Pe. Leocir Pessini da Congregação dos Camilianos, apesar de ter vindo para Arroio Trinta aos 6 anos de idade e saído aos 14 anos, considera esta terra como sendo sua terra natal.

História de Nossa Senhora dos Campos

A história do título mariano “Nossa Senhora dos Campos” ou “Nossa Senhora da Oração”, está ligada a uma série de aparições da Virgem Maria, ocorridas no povoado de Stezzano, perto de Bérgamo, Itália.

A primeira aparição ocorreu no século XIII. Enquanto rezava num pequeno oratório dedicado à Virgem Maria perto de Stezzano, uma piedosa senhora do lugar viu Nossa Senhora com o menino Jesus no colo. A notícia se espalhou rapidamente e o povo começou a freqüentar o local para rezar e pedir graças. Logo foi construída a primeira igreja dedicada à “Nossa Senhora dos Campos”.

Em 1586, aos pés da imagem pintada na parede da igreja, que representava Nossa Senhora com o filho no colo, jorrou uma vertente de água cristalina. Muitos doentes que beberam da água ficaram curados.

No dia 12 de julho do mesmo ano de 1586. Nossa Senhora apareceu a duas meninas camponesas, Bartolomea Bucanelli e Dorotéia Battistoni, de 10 e 11 anos respectivamente. Enquanto apascentavam o rebanho, aproximaram-se da igreja e, olhando para dentro, viram uma venerada senhora, vestida com uma túnica escura e com um véu branco na cabeça. Trazia na mão esquerda um livro e tinha a mão direita e os olhos voltados para o céu em atitude de intensa oração. A notícia da aparição se espalhou rapidamente, atraindo o povo do lugar.

Diante desses fatos, o Bispo de Bérgamo, Dom Jerônimo Ragazzoni, viu-se obrigado a reconhecer oficialmente as aparições e as curas realizadas no local. Nos anos seguintes, a igreja foi sucessivamente reformada e ampliada e a devoção a Nossa Senhora dos Campos foi crescendo cada vez mais.