A ação de conduzir ao mistério
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9 de agosto de 2019Nos caminhos da missão
A Diocese de Caçador tem como uma das dimensões, a de ser uma Igreja Missionária. Uma visão profética de nossa Igreja já nos alertava para a importância da missão na vida da Igreja Diocesana. Ao longo destes anos, e das décadas, muitas iniciativas foram realizadas para dar conta desta dimensão.
A mensagem de Jesus é clara aos seus discípulos, de ontem e hoje, para que o Evangelho alcance todos os locais e realidades do mundo: “Vão pelo mundo todo, proclamem o Evangelho a toda criatura” (Mc 16,15). Buscando cumprir a missão que o Senhor nos confiou, em 1969, a Diocese de Caçador desde seus primeiros passos buscou “criar e fomentar uma Igreja viva” (Plano Diocesano de Pastoral 2000-2004, p. 5), isto é, dinâmica, viva, aberta e com os pés na estrada, na missão. De uma perspectiva missionária, nossa Diocese sempre se abriu às necessidades que a realidade a desafiavam, com respostas criativas. Compreendemos que este foi um momento missionário onde a Igreja buscou, conforme o São João Paulo II, fortalecer e animar as Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), “que estão dando boas provas como centros de formação cristã e de irradiação missionária.” (RMi, n.51).
Na década de 70, a Diocese de Caçador é interpelada por um grande apelo missionário. Vindos de várias dioceses do norte do País, bispos visitam as dioceses do Regional Sul 4 e diversas congregações fazendo um apelo por uma ajuda a estas dioceses e prelazias. É o gérmen do Projeto Igrejas-Irmãs, que, na Assembleia de outubro de 1972, assume com este Projeto, um Programa de Ação Missionária, tendo como Igreja Irmã, a Diocese de Jardim – MS. Durante muitos anos equipes missionárias realizaram projetos naquela Diocese, bem como acolhemos seminaristas em nossas casas de formação: propedêutico, filosofia e teologia.
Depois de uma boa caminhada, a Diocese de Caçador, em 1985, fez um longo processo de diálogo e de escuta ao povo do Povo de Deus, e assumiu as três primeiras características que apontavam o rumo da caminhada pastoral: o espírito diocesano passa a ser de uma Igreja Participativa, Igreja Comprometida com os Problemas do Povo e uma Igreja Libertadora. Mas é em 1991 que a Diocese completa suas características com o propósito de ser uma Igreja Missionária. Dessa consciência missionária é que vão sendo gestadas ao longo dos anos, muitas e boas iniciativas para concretizar este espírito missionário da Diocese de Caçador.
Para que nossa Igreja Particular seja de fato imagem da Igreja Universal, da Igreja Católica, não podemos abrir mão da dimensão missionária, especialmente da “missio ad gentes”. Esta não pode ser entendida como estratégia, ou para quem tem “vocação missionária”, porque isso seria uma contradição com o Evangelho. Nascemos para testemunhar e anunciar o Evangelho, para a missão “até os confins da terra”. Este é um convite a abrirmo-nos à missão, não só aos ministérios ordenados, é tarefa de todos os cristãos e cristãs.
Diante de tudo isso, com certeza, devemos nos deixar envolver e encantar pela missão que o Senhor nos confia. Mesmo que nossa percepção dos grandes desafios nos faça voltar o olhar para nossa vida, para nossa comunidade, para nossa Paróquia ou para nossa Diocese, temos o grande desafio de “doar de nossa pobreza”. Dom Luiz Cappio, num dos retiros do clero da Diocese, desafiou-nos a compartilhar de nossa pobreza para com outras regiões que necessitam de uma presença de padres, principalmente. É claro que o ideal seria a composição de uma equipe missionária composta por padres, religiosos, religiosas, seminaristas, leigos e leigas para realizar a “missio ad gentes” ou até mesmo no interior do nosso Brasil, como nos interpela o grito que vem da Amazônia. Abramos nosso coração ao desafio missionário que nos é proposto! Precisamos dar nossa resposta de amor e generosamente ao convite que Deus nos faz: “Vem e segue-me”.
Pe. Celso Carlos dos Santos