Novo bispo envia carta ao Povo de Deus da Diocese de Caçador
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A Diocese de Caçador recebeu com muita alegria, na manhã desta quarta-feira, 30 de junho, a notícia da nomeação do novo bispo diocesano. A publicação foi feita pelos canais oficiais do Vaticano. Na Diocese de Erexim, Rio Grande do Sul, onde o bispo escolhido pelo papa Francisco, Monsenhor Cleocir Bonetti, é vigário geral, o anúncio foi feito durante uma celebração no Santuário Nossa Senhora de Fátima.
A Diocese de Caçador encontrava-se vacante desde 1º de julho de 2020, quando Dom Severino Clasen foi transferido para a Arquidiocese de Maringá (PR), e está sob os cuidados pastorais do padre Renato Luiz Caron, eleito administrador diocesano pelo seu Colégio de Consultores.
Em sua primeira fala depois de nomeado, Monsenhor Cleocir disse que quando recebeu a notícia ficou surpreso por ter sido o eleito, já que a escolha exige um processo sigiloso e de muita pesquisa. “No dia 21 de junho, dia de São Luiz Gonzaga, padroeiro da juventude, recebi do Núncio Apostólico, Giambattista Diquattro, a notícia de que a Igreja e o Santo Padre Francisco haviam me escolhido como bispo da Diocese de Caçador. Ele me disse que não era uma proposta, mas, sim, que queriam a minha confirmação. Então recordei da liturgia deste dia que lembrava o chamado, a vocação de Abrão: “Sai da tua terra, da tua família e da casa de teu pai e vai para a terra que eu vou te mostrar” (Gn 12,1). ”, contou.
Nesta quinta-feira, 1º de julho, durante uma live, promovida pela Diocese de Caçador, o novo bispo falou de vários temas, como vocação, os desafios da pandemia, igreja doméstica, aproximação com a juventude e o objetivo de dar continuidade à caminhada da diocese com a colaboração da comunidade.
A ordenação e posse do novo bispo ainda não tem data definida, mas deve ocorrer nos próximos meses.
O ambiente vocacional na escolha religiosa
Natural de São Valetim (RS), um município com vários padres e pertencente a uma paróquia com grande motivação vocacional, o novo bispo destacou que esse ambiente e essa cultura vocacional são importantíssimos para o seguimento religioso e foi assim que se tornou padre.
“O ambiente vocacional na família é fundamental. Na minha família por exemplo, a reza do terço é algo sagrado e devo isso à minha mãe. Dona Terezinha é uma mulher extraordinária, é analfabeta, só sabe escrever o nome, mas sempre me incentivou. Com oito anos de idade me dizia para fazer a leitura da bíblia, muitas vezes a contragosto meu, mas aquela leitura fez e faz a diferença na minha vida”, lembrou.
Os desafios da pandemia
Para Monsenhor Cleocir, a pandemia é um tempo desafiador, em que precisamos estar protegidos, mas não parados. “Rezemos para que a pandemia possa ir se abrandando com a corresponsabilidade, com a vacina para todas as pessoas, isso nos ajudará a ter mais esperança. Temos que ter paciência e zelar pelo dom da vida que é o nosso bem mais sagrado. O papa Francisco diz que o tempo da pandemia não pode ser um tempo desperdiçado, então, a pandemia exige de nós criatividade e prudência. Se não podemos ter o abraço, o afeto, que tanta falta nos faz, que tenhamos uma profunda comunhão espiritual, uma solidariedade que ultrapassa os limites da nossa casa. Aproveitemos esse tempo com muita oração. A Igreja não pode parar, a fé não pode parar. Também podemos, nesse tempo, intensificar nossas relações através das redes sociais, mas que elas sirvam para levarmos e buscarmos mensagens de vida e de esperança”, ressaltou.
Igreja doméstica
Destacando o grande trabalho desenvolvido pela Iniciação à Vida Cristã (IVC) da Diocese de Caçador nesse tempo de pandemia, a qual levou a igreja para dentro das casas, Monsenhor Cleocir disse que resgatar essa experiência da igreja doméstica é reconduzir a Diocese para caminhos sempre melhores. “A implantação da IVC é uma graça dentro da Igreja. Eu sei do trabalho que vem sendo feito. Que abençoado trabalho! É ali, nesse núcleo familiar, nessa relação cotidiana, amorosa, afetuosa, onde também vamos mantendo uma maior afetividade com o próprio Deus que se faz família. Acredito que seja um espaço fundamental de cultivarmos a fé e a espiritualidade. E ali, que vamos forjando uma nova Igreja, forjando valores especiais para enfrentarmos os tempos difíceis vividos”, sustentou.
Aproximação com os jovens
Para Monsenhor Cleocir, os jovens são os grandes protagonistas da evangelização, lembrando especialmente a importância que tiveram e tem neste tempo de pandemia, com o auxílio nas transmissões das celebrações e uso das tecnologias.
“Sabemos da força dos jovens, da Pastoral da Juventude da Diocese de Caçador. Precisamos sempre e cada vez melhor criar espaços e dar oportunidades para que os jovens possam na nossa Igreja exercer um protagonismo maior. Queremos ir ao encontro da juventude, e para isso precisamos criar mecanismos de aproximação, marcar presença onde o jovem está. Essa é uma das formas de sermos uma Igreja em saída”, salientou.
“O nosso projeto é o plano de Jesus Cristo”
Recordando seus antecessores e de todo o trabalho realizado ao longo destes 53 anos de diocese, o novo bispo disse que o projeto é continuar a caminhada junto com a comunidade diocesana, com ações que sejam comuns ao plano de Jesus Cristo.
“A nossa fidelidade ao Evangelho é intocável. Deus se tornou lágrima e se tornou sorriso, não podemos entrar em contradição com Jesus e o seu plano, seu projeto de vida e esperança para todos. Precisamos construir pontes e não abismos, viver a tolerância, a unidade e a comunhão. O nosso projeto é o plano de Jesus Cristo que veio trazer vida e vida em abundância. Vou respeitar muito a caminhada e a história da Diocese de Caçador. Vamos fazer um trabalho juntos, sei da força expressiva do laicato e por isso peço a vocês que me ajudem a ser bispo tendo como grande modelo o Cristo Bom Pastor. Abraço com alegria a missão de conduzir a Igreja diocesana de Caçador, na certeza e na confiança de que a graça divina nos acompanhará juntamente com a colaboração de todos”, concluiu.