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Falar de mãe é falar de vida. Mãe, uma palavra pequena, mas com um significado tão forte. Amor, dedicação, renúncia a si própria, força, sabedoria, ternura, coragem, entrega. Vários são os adjetivos para descrever essa mulher tão importante na nossa vida, seja ela mãe de sangue, ou mãe do coração.
O Papa Francisco destaca na Exortação Apostólica Amoris Laetitia que: “A maternidade não é uma realidade exclusivamente biológica, mas expressa-se de diversas maneiras… A adoção é um caminho para realizar a maternidade de uma forma muito generosa…”
Celebrando o mês de maio, dedicado a Maria e às mães, a Diocese de Caçador as homenageou através do Programa Viver a Fé em Tempos de Distanciamento Social. O reconhecimento do papel fundamental das mães como base familiar foi lembrado através de testemunhos de quatro convidadas que servem à Igreja e a Sociedade. Um momento de partilhas de experiências e dos desafios da maternidade que também contou com a mediação da Sandra Elisa Miosso, membro do Conselho Diocesano de Leigos e mãe de uma menina.
Os desafios da Susana na criação das gêmeas e da primogênita
A Susana Carneiro faz parte do Movimento Lareira, é professora e mãe de três filhas, Sarah, 12 anos, Brenda e Nicole, gêmeas de 10 anos. Para ela, a paternidade na maternidade fez toda a diferença no cuidado e na criação das filhas. “Quando descobri a gravidez das gêmeas, a maior tinha apenas dois anos, foi um susto, mas, sempre tive o apoio do meu esposo, sem isso talvez não conseguiria. Precisamos curtir e amar muito nossos filhos, pois eles crescem e ficamos apenas com as lembranças”, salientou.
O desafio de conciliar maternidade e trabalho durante a pandemia
Durante a pandemia muitas mães tiveram que se adaptar a esse novo momento. A Susana precisou conciliar o trabalho remoto em casa, preparando aulas e ao mesmo tempo cuidando e ajudando as filhas nas tarefas da escola, já que as aulas presenciais também foram suspensas.
Ela contou que a principal dificuldade foi se adaptar à nova rotina, dando atenção para os filhos, casa e trabalho. “Primeiro tivemos que tirar as crianças da rotina delas e organizar uma nova, em função do distanciamento social. Os pais tiveram que fazer o papel da escola, ou seja, a educação se reinventou, mas os pais também tiveram que se reinventar, trazendo a escola para casa”, disse.
Outro desafio foi atender a demanda de trabalho o que também exigiu muito esforço e dedicação. “Trazer o trabalho para casa é como se tivessem tirando nossa privacidade. Porém, o momento exigiu e como professora precisei pesquisar e buscar alternativas para cativar os alunos que também consideramos nossos filhos”, enfatizou.
Mas, o maior de todos os desafios, segundo Susana, foi lidar com o medo e a insegurança que a pandemia trouxe. “O medo de que a doença atingisse nossas filhas, foi e é muito presente. Temos que lidar com a ansiedade, a incerteza de quando as coisas irão melhorar e tentar amenizar para passar isso com mais tranquilidade para as crianças. Ensinamos com nossos exemplos e como família temos muita união e muita fé”, concluiu.
Para Luci um filho nunca cresce
Luci Carpen é mãe de Priscila e Camila e faz parte do Conselho Diocesano de Leigos. “Sempre falo que a maior emoção da minha vida foi o nascimento das minhas filhas. A partir desse momento, sentimos o amor incondicional. Tenho duas filhas adultas, mas para a mãe o filho nunca cresce, sempre tratamos com muito amor e zelo”, comentou.
Para ela, ser presente na vida dos filhos é o maior gesto de amor. “Mostrar o caminho, escutar a palavra de Deus com eles, confiar, ser amiga, corrigir com carinho, ter paciência, ter muita fé e pedir a Deus muita proteção a eles, isso é o mais importante”, declarou.
Virtudes de Maria
Luci destacou também as quatro virtudes de Maria para que as mães possam viver a maternidade em sua plenitude. “A paciência, a humildade, a fé e a oração, sem essas quatro características não vivemos a maternidade na plenitude de Maria”, afirmou.
Fátima: Muita oração para enfrentar os desafios da separação
A Fátima Gapski é catequista e faz parte do Conselho de Leigos da Diocese de Caçador, é mãe da Camila e do Rafael que moram atualmente em São Paulo e tem duas netas. Teve a primeira filha, em meio a enchente de 1983 e sentiu muito medo, pois ficou isolada por cerca de um mês em casa. “Foi um momento muito tenso, um dos maiores desafios, mas passou e depois vieram as alegrias”, contou.
Segundo ela, o momento mais gratificante para uma mãe é a amamentação. “Olhar para o filho no seu seio mamando é um momento de paz, de benção”, disse.
Com relação aos desafios, ela destacou dois momentos. “A volta ao trabalho é um dos maiores desafios, pois apesar de sabermos que eles serão bem cuidados na nossa ausência, a separação é dolorosa para ambos. Então, um conselho para as mães é que mesmo que tenham tido um dia cheio, cansativo, é preciso ter um tempo para os filhos. Assim como eu sentia saudades deles, eles sentiam saudades de mim”, lembrou.
Outro grande desafio é quando os filhos saem de casa para morar longe. “A dúvida vem a cada instante, temos medo, temos saudades, preocupações, ainda mais agora em época de pandemia, mas mãe que é mãe sempre tem muita fé e haja oração para que Deus sempre os proteja”, completou.
As mães representam a continuidade da fé
Na Exortação Apostólica Amoris Laetitia, o Papa Francisco destaca que as mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: “Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo”. Como catequista, a Fátima testemunhou a importância das mães para mostrar aos filhos o caminho de Deus, o caminho da Igreja.
“Graças a Deus, o projeto da nossa diocese, da Iniciação à Vida Cristã nos orienta a iniciarmos a catequese com a vivência com os pais. Precisamos que as mães percorram com seus filhos o caminho de Deus e o caminho da Igreja, pois são elas que representam a continuidade da fé para seus filhos”, afirmou.
Ângela: “Meu ser mãe começou antes de ter meus filhos”
A Ângela Moraes Freitas é coordenadora da Pastoral da Criança e tem dois filhos, a Maria Eduarda João Victor. Para ela, a maternidade começou ainda antes de se tornar mãe efetivamente. “O meu ser mãe começou antes de ser mãe, foi durante minha atuação na área do magistério. Trabalhava com as crianças e tinha um amor muito grande por elas e aí veio o desejo de me tornar mãe de verdade. Com 20 anos descobri a gravidez da minha primeira filha. Depois de algum tempo queria mais uma vez vivenciar a maternidade, mas descobri que não poderia mais ter filhos. Decidi fazer um tratamento orientada pelo meu médico e aos 25 anos veio a descoberta da gravidez do meu segundo filho. Foi minha realização. Sempre desejei ter um casal e ele veio para trazer ainda mais alegrias. Como mães vivenciamos cada dia uma experiência única e cada sorriso nos motiva a seguir em frente, apesar dos problemas que enfrentamos”, partilhou.
As mães no enfrentamento às desigualdades
Para Ângela, ser mãe em um mundo tão desigual, onde as oportunidades não são as mesmas para todas as crianças é muito difícil. “Há três anos entrei efetivamente na Pastoral da Criança e percebi que as desigualdades são imensas. Como Pastoral, criamos vários grupos para acompanhar as famílias, fazendo visitas, dando apoio. Tudo o que está ao nosso alcance fazemos para que essas mães e essas crianças tenham o mínimo de dignidade. Com fé em Deus conseguiremos ajudar cada vez mais famílias”, disse.
Maria, mãe de todas as mães
A maternidade de Maria, Mãe de Jesus, assumiu dimensões universais, tornando-se Mãe de toda a humanidade. Sinônimo de fortaleza, a Mãe de Jesus recebeu por graça a mais alta das capacidades de fé e de amor, por isso tornou-se, ao mesmo tempo, imagem primordial da Igreja e exemplo de mãe a ser seguido.
Assim como Maria, nos ensinou, os filhos aprendem com as mães, mas também as mães aprendem com os filhos. A maternidade proporciona a melhor troca, o aprendizado mais profundo, a entrega mais sincera.
Como diz o Papa Francisco na Exortação Amoris Laetitia, “Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral”, e ainda “A mãe, que ampara o filho com a sua ternura e compaixão, ajuda a despertar nele a confiança, a experimentar que o mundo é um lugar bom que o acolhe”.
A Diocese de Caçador deseja um Feliz Dia das Mães a todas às mães, as biológicas, as de criação, ou do coração, lembrando também das que já partiram para os braços do Pai e também das que perderam seus filhos. Que Deus abençoe a todas!