Surgimento do Jornal Fonte: canal de formação e informação 

O bispo emérito da Diocese de Caçador, Dom Luiz Carlos Eccel, recorda a assembleia de 1996 que aprovou a criação de um canal de comunicação diocesano. “Vimos a necessidade de criar o Jornal Fonte”, conta. O jornal impresso passou a circular no ano seguinte à sua aprovação. 

O processo para a confecção das matérias, organização das colunas e divulgação foi facilitada com o passar dos anos. Desde a sua criação, o Jornal Fonte exerceu o papel de informar e formar alcançando o seu objetivo. “A escolha do nome foi explicada na primeira edição: são muitas as fontes de formação e informação, mas muitas vezes elas são fontes poluídas. E queríamos uma fonte impoluta. O cristão tem que ter transparência na maneira de ser e na maneira de agir”, fundamenta Dom Luiz Carlos Eccel, bispo emérito da Diocese de Caçador. 

Conforme Clarice Hauffe, membro da Pastoral da Juventude, o Jornal Fonte deu continuidade ao trabalho realizado pela pastoral: foi aspiração da diocese enquanto conjunto. “Dom Luiz Colussi tinha muito carinho por essa ideia, falava com emoção desse nome: Fonte. Nome caro, inspirador, que lembra o Espírito Santo, mata e sacia a sede, como se fosse um espaço para nos alimentarmos e matarmos a sede de Deus”, detalha. 

Multiplicador de lideranças 

Segundo o padre Celso Carlos Puttkamer dos Santos, a principal motivação para criar o Jornal Fonte se deu pela grande demanda que surgiu na assembleia. “O Jornal Fonte surge da preocupação de divulgar o que estava sendo feito na diocese. Logo que foi aprovado, tivemos alguns meses para fazer a primeira edição que foi se arrastando porque éramos inexperientes no trabalho. Ficamos um bom tempo reunindo materiais, tentativas de montagem até que saiu a primeira edição, a primeira conquista. Os padres Gilberto Tomazi e Luiz Carlos Eccel foram grandes incentivadores junto ao Dom Luiz Colussi, que realmente assumiu a ideia”, recorda. 

Semanalmente o padre Lydio Milani escrevia uma coluna ao jornal, cada tema era pautado pelos organizadores. “Não gostei muito da maneira como foi feito no começo, muito superficial. Não é preencher uma folha de papel, tem que ser algo que desperte. Tem que ser um pouco atrevido, sem deixar a bondade e a misericórdia, não pode ser mais ou menos. E mesmo na sua confecção, é difícil ler um jornal que tem a linha toda, deve ter colunas por assunto se não o pessoal não lê”, lembra o padre Lydio da evolução do informativo da Igreja. 

Pastoral da Comunicação 

O Padre Gilberto Tomazi, que acompanhou e contribuiu com o Jornal Fonte desde as suas origens, lembra que “o nome do Jornal Fonte nasceu tendo como inspiração e lema o versículo 15 do evangelho de João 4: “Senhor, dá-me desta água...” Foi na última reunião do Conselho Diocesano de Pastoral (CODIPA) de 1996 que foi aprovado um pequeno projeto de Jornal Diocesano e encaminhado para a Assembleia Diocesana de fevereiro de 1997. Além da aprovação do Jornal com o nome Fonte, aquela Assembleia Diocesana também aprovou diretrizes e objetivos para o jornal. Gilberto lembra que “depois de aprovado, uma pessoa chegou a “profetizar” publicamente: “este jornal já nasceu morto” e “esse jornal não passará de duas edições”. Profecias falsas, pois, em abril de 1997, iniciamos os trabalhos para a edição do primeiro número de nosso Jornal. Como não tínhamos experiência, nem pessoas contratadas para este trabalho, o primeiro número do jornal demorou 3 meses para ficar pronto.” Lançado em julho de 1997, o editorial escrito pelo então Pe. Luiz Carlos Eccel, Administrador Diocesano, apresentou, além dos objetivos do jornal, também algumas considerações, tais como: “Durante algum tempo ele vinha sendo gestado na mente e no coração de muita gente que ama e se sente responsável pela evangelização nesta terra querida”. Falou ainda: “No limiar do Terceiro Milênio, quando muito se fala de comunicação, queremos, também nós, dar um passo a mais, com este jornal, na caminhada rumo ao novo milênio”. E ainda, o coloca nas mãos de Deus: “Que Jesus, o grande comunicador do Pai, pela força do seu Espírito, Fonte perene de Água Viva, nos inspire e anime neste empreendimento evangelizador”. 

O Padre Gilberto lembra ainda que “boa parte da história da diocese e também iniciativas importantes da caminhada da Igreja no Brasil e no mundo foram sendo publicadas no Fonte. Publicar notícias da caminhada das pastorais e das paróquias sempre foi uma prioridade. Nos primeiros meses do ano as Campanhas da Fraternidade ganhavam as páginas centrais com um resumo do Texto Base da CNBB. O São João Paulo II e diversos outros santos e santas, como também as mensagens do Papa Francisco, costumam ganhar um espaço especial no Fonte, recorda. “O Fonte conta com cada pessoa para ser um instrumento a serviço da evangelização por um mundo mais humano, fraterno e solidário”. Assim, dom Luiz Carlos concluía o editorial de comemoração do 10º aniversário do Fonte, em 2007. 

Enfim, pode-se dizer que: “ao longo da caminhada inúmeros frutos já foram colhidos com essa iniciativa. As tecnologias melhoraram, a experiência aumentou e as pessoas responsáveis foram se especializando, então o Fonte foi melhorando. Hoje ele tem um visual mais atraente, um novo leiaute e as páginas são todas coloridas”. Na edição de fevereiro/2014, dom Severino Clasen, ofm., no editorial dizia: “Esta é uma história construída por muitas mãos, e hoje queremos agradecer a cada um e cada uma que contribuiu com palavras e imagens para a consolidação deste belo instrumento de comunicação, e acima de tudo, agradecer ao leitor, que é a razão da existência do Jornal Fonte”. Na edição de agosto/2015, quando o Fonte comemorava 18 anos de existência, consta que o Fonte “ é um dos maiores e mais interessantes instrumentos de comunicação jornalística do meio oeste e planalto norte catarinense. É um dos jornais mais lidos e comentados”, recorda o Padre Gilberto.

Fonte: LIVRO DIOCESE DE CAÇADOR, Memórias Jubilares: 50 anos / Gilberto Tomazi; João Cláudio Casara (Coord.); Caçador (SC), Gráfica Editora Berthier, 2019. p. 110-112, adaptado